Psicóloga ensinou estratégias de aprendizagem aos pais de alunos de 3º e 4º anos
O conhecido dito “É de pequenino que se torce o pepino”, usado para fazer alusão à necessidade de “moldar” as crianças o mais cedo possível, deve ser lembrado também quando o assunto é estabelecimento de hábitos de estudos. De acordo com a psicóloga doutora Cynthia Borges de Moura, que tratou o assunto com os pais dos alunos de 3º e 4º anos, n’O Peixinho, no último dia 21, tendo em vista a evolução neurológica e de competências socioemocionais que ocorre nas crianças das faixas etárias de 8 e 9 anos, o momento de investir na prática diária de estudo é agora.
Para ajudar os pais na missão de dar continuidade ao trabalho que a escola desenvolve com seus filhos e, assim, fortalecer a parceria entre ambos para otimizar o aprendizado das crianças, a convidada elencou alguns recursos que podem ser empregados para beneficiar este processo. “O estudo como atividade educativa, entre outras atividades, é uma forma privilegiada de aprendizagem e estudar é aplicar a inteligência para aprender visando a construção de conhecimentos”, afirmou.
De forma didática, a psicóloga apresentou 13 estratégias de aprendizagem que, conforme explicou, são sequências de procedimentos ou atividades que se escolhem com o propósito de facilitar a aquisição de conhecimento. Confira:
- Grifar palavras importantes do texto para se criar um prompt visual. Pode dar/ser modelo para a criança fazer.
- A releitura ajuda a melhorar a entrada e retenção de informações. De forma silenciosa funciona melhor para quem aprende mais pelo canal visual; em voz alta para quem aprende mais pelo canal auditivo.
- Mnemônicos auxiliam no processo de memorização por serem constituídos a partir de esquemas, gráficos, símbolos, palavras ou frases relacionadas com o assunto a ser lembrado.
- Resumos e esquemas ajudam na hora de puxar alguma informação da memória. Fazer flechas derivando das palavras-chaves ou desenho vai ser muito eficaz, pois o desenho passa para o concreto aquilo que é abstrato.
- A leitura em voz alta do material a ser aprendido é importante porque utiliza os dois canais sensoriais: visão e audição. Esta estratégia auxilia, inclusive, na fluência, pois tem criança que diz não gostar de ler porque enrosca nas palavras.
- Pedir para a criança repetir o que estudou ajuda a fixar o conteúdo. Quando ela não conseguir, o ideal é formular perguntas a respeito do assunto e ensiná-la a pedir para repetir quando não entender o que foi ensinado, especialmente em sala de aula.
- A interrogação elaborativa (criar e responder perguntas) estimula o aprendiz a reproduzir o conteúdo oralmente e também por meio da escrita. Assim, interage mais com o material e melhora a produtividade porque atua na memória de longo prazo.
- Autoexplicação, para os menores, de 8 e 9 anos, pode ser praticada brincando de professor, assim, melhora a parte expressiva do aprendizado; para os maiores, a dica é repetir o que aprendeu em frente ao espelho.
- Para crianças que têm dificuldade em manter a atenção ou mesmo preguiça, é indicado o estudo intercalado que consiste em alternar as disciplinas. O adulto deve olhar todo o material que a ser estudado e determinar até que ponto será visto de cada parte.
- Definido o conteúdo que causou mais dificuldade para a criança, devem ser planejados exercícios com algum tipo de repetição para que ela pratique a expressão da informação de forma escrita.
- Testes práticos com conferência de resultados, como os simulados, por exemplo, são muito válidos para o Ensino Médio, mas também podem ser utilizados de maneira mais simplificada, sem tom de cobrança, com os alunos mais novos, revendo o conteúdo e observando os erros.
- Prática distribuída: planejamento apropriado do tempo e do desempenho é quando a criança começa a estudar com antecedência para a prova, por exemplo. Se o planejamento for colocado no papel e a ela visualizá-lo, vai se organizar com mais facilidade.
- Estabelecimento de metas e acompanhamento do progresso é outra estratégia que pode trazer resultados positivos. Para tanto, é necessário traçar metas a partir do desempenho da criança, lembrando que objetivos muito altos desmotivam as crianças a se esforçarem.
Além dessas dicas, Cynthia sugeriu que os pais façam uma tabela com a rotina do filho e a afixe em um local que fique fácil dele monitorar seu próprio comportamento. “Não sobrecarregue a criança com atividades extras; ela precisa de pelo menos uma tarde livre na semana para brincar”, alertou. Para estipular o melhor horário para a tarefa, é necessário observar o ritmo da criança e nunca fazer perto do horário de dormir. E o tempo reservado para o estudo em casa deve ser cronometrado (sem relógio perto da criança), de 30 a 40 minutos. “Lembrem-se que o segredo para colher os frutos é a persistência”, concluiu a psicóloga.
Ao final do encontro, os pais receberam o texto: “Como ensinar seu filho a estudar” (confira em nossa fan page: www.facebook.com/opeixinho).
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