O psicoterapeuta, criador da Metodologia OPEE, ressaltou a importância de se desenvolver uma cultura empreendedora
Capacitação é uma palavra que rege a linha de trabalho d’O Peixinho. Afinal, para oferecer um ensino de qualidade, é necessário estar em constante aperfeiçoamento. Com o objetivo de ampliar conhecimento, parte da equipe pedagógica da escola participou ontem (19) da palestra “Competências socioemocionais e as tendências do futuro: como preparar nossos alunos para construir o amanhã”, proferida pelo psicoterapeuta, mestre em Psicologia Educacional e do Desenvolvimento Humano, Leo Fraiman.
Criador da Metodologia OPEE (Orientação Profissional, Empregabilidade e Empreendedorismo) – adotada pel’O Peixinho há três anos -, o palestrante subiu ao palco do Teatro Marista, às 20 horas, usando óculos de sol. “Posso prosseguir com os óculos?”, perguntou. Diante da resposta negativa da plateia, questionou aos profissionais como eles têm sentido o brilho dos olhos dos seus alunos. “Os olhos são a janela da alma e não tem como mentir com eles, por isso, o contato visual é muito importante”, frisou.
Em mundo complexo, desafiador, competitivo, acelerado e altamente conectado, é comum observar indivíduos reagindo da mesma forma em algumas situações seguindo o chamado “efeito/comportamento manada”, mas segundo alertou o psicoterapeuta, é fundamental ter um planejamento traçado, afinal, “quem tem um projeto de vida tem um motivo para viver, tem um pra quê viver”.
Dados do Instituto Nacional de Saúde apontam para uma realidade nada positiva: aumento do narcisismo, do consumo de drogas ilícitas, da obesidade, de pessoas com sintomas depressivos e de ansiedade, aumento generalizado do perfil “príncipe/chefinho/imperador” entre estudantes, e mais de 11 mil suicídios por ano.
Embora as estatísticas sejam alarmantes, conforme o psicoterapeuta, não adianta ficar chocado, a solução é lutar, pois “não se tira o escuro, mas se leva o claro”, e esse é o objetivo da OPEE. O mundo atual pede competências socioemocionais para que haja uma cultura empreendedora que será boa não só para o aluno, mas também para a sustentabilidade das escolas. “A pergunta não é mais o que você quer ser quando crescer, mas sim o que você quer fazer para o mundo crescer”, observou o palestrante.
Dentro deste contexto, os educadores podem ajudar os alunos a desenvolverem atitudes empreendedoras. De acordo com Fraiman, às vezes, o aluno não aprende porque falta inteligência ou porque o professor não é bom, mas porque precisa de perseverança, autoconhecimento e paixão para atingir objetivos; tem que aprender a trabalhar em grupo para desenvolver sociabilidade, respeito e atenção; e também saber lidar com suas emoções trabalhando autoestima, confiança e foco.
“É preciso estimular a pessoa a empoderar-se e não a empoeirar-se. Desta forma, construindo uma mentalidade empreendedora, prepararemos nossas crianças e adolescentes para o futuro”, ressaltou.
Por meio da leitura de um mundo instigante e ações transformadoras, Fraiman conduziu reflexões sobre as tendências que permitem a prática das competências socioemocionais que favorecem o aprendizado e a construção de projetos de vida. A palestra integrou a programação do Encontro Regional OPEE 2018.
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