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‘Quando meu filho ainda é pequeno para esse mundo grande’

‘Quando meu filho ainda é pequeno para esse mundo grande’

Autonomia e independência, responsabilidade e tolerância à frustração foram temas abordados por psicóloga durante a reunião de orientação aos pais

Os desafios de preparar o filho para a vida foram o mote da reunião de orientação realizada sábado (16) n’O Peixinho para os pais dos alunos da Educação Infantil 3 e do Pré 1. Dando continuidade ao ciclo de palestras da escola, iniciado em fevereiro, a psicóloga Cíntia Barbizan, especialista em Neuropsicologia, citou habilidades que devem ser desenvolvidas nas crianças da faixa etária de 4 a 6 anos partindo do tema “Quando meu filho ainda é pequeno para esse mundo grande”.

Preparar os pequenos para a vida é papel dos pais. Mas como agir nesta fase de transição em que o filho deixa de ser bebê e passa a ser criança? O que é necessário fazer para que ele se desenvolva da melhor forma? De acordo com Cíntia, o caminho é ajudar as crianças a ter autonomia, independência e responsabilidade, “pois estas habilidades vão prepará-las para desafios, perdas, relacionamentos, estudo, profissão, e também para as conquistas”.

Para que as famílias pudessem perceber se as crianças estão desenvolvendo essas competências, a psicóloga elencou algumas atitudes esperadas para a faixa etária. Entre 4 e 6 anos, a criança já é capaz de comer com talheres (sob orientação de um adulto), tirar a roupa e vestir-se (cabe ao adulto separar duas opções para que ela possa escolher), aprender a amarrar cadarço, escovar os dentes, lavar e secar as mãos, e usar o banheiro sem ajuda. A criança também deve dormir no quarto sozinha, arrumar sua cama (com limitações próprias da idade), guardar seus brinquedos e ajudar a organizar objetos e pertences da casa.

Mas como desenvolver ou fortalecer essas habilidades? “Apresentando desafios com tranquilidade, sem fazer por seu filho aquilo que ele já pode ou sabe fazer”, ensinou a psicóloga. É necessário aumentar a dificuldade aos poucos. Primeiramente, fazer por ele, depois fazer e descrever; o próximo passo é fazer junto, depois supervisionar tudo; e, por fim, supervisionar parcialmente para, então, estimular a autonomia.

Conforme Cíntia, a autonomia/independência é fundamental para o desenvolvimento da autoestima, da autoconfiança, da maturidade e da segurança/tranquilidade. Já a responsabilidade auxilia a criança a fazer escolhas, tomar decisões, ter autocontrole e noções de consequências.

A família precisa dar o exemplo (fazer em casa o que cobra), estabelecer regras e inserir tarefas domésticas na rotina dos filhos – que cria um sentimento de pertença ao ambiente – (confira abaixo a tabela de tarefas por idade). “Às vezes, subestimamos a capacidade de nossas crianças, e precisamos mudar isso”, alertou.

Cíntia falou ainda sobre a importância de se fazer um exercício diário de autopoliciamento para ensinar as crianças a esperar. “Estamos muito acelerados e, naturalmente, temos transmitido isso aos nossos filhos”, frisou.

A tolerância à frustração, que também está relacionada à capacidade de esperar, foi outro aspecto trabalhado durante a reunião, afinal, a habilidade de suportar dificuldades tem papel fundamental no desenvolvimento. Com alta tolerância, a criança consegue esperar para obter o que quer, aceita a vontade dos outros (quando necessário), e aprende a dividir. Já com baixa tolerância: quer na hora, faz só o que quer e não aprende a dividir. Para complementar este conteúdo, os pais assistiram a um vídeo com o psicoterapeuta Leo Fraiman (confira a versão completa clicando aqui).

Brincar

Diferentemente das gerações passadas, atualmente, o brincar está muito atrelado à tecnologia, no entanto, há outros tipos de brincadeiras que precisam ser estimulados, pois trazem benefícios às crianças, segundo a psicóloga. (Veja no final da matéria o quadro com as vantagens do brincar)

Citando pesquisas atuais das associações americana e brasileira de pediatria, Cíntia explicou que para a faixa etária de crianças da E.I. 3 e do Pré 1, o tempo máximo de exposição aos recursos eletrônicos, incluindo televisão, computador, tablet e videogame, é de uma hora por dia. Como opção à tecnologia, apresentou um guia com 50 atividades e passeios para fazer com as crianças (confira abaixo ou no Instagram @maternidadesemculpa).

Feedback

Ana Carolina Fernandes de Almeida, mãe do Matheus (Pré 1) se interessa bastante pelas orientações fornecidas pelas escola. “Além de ser mãe, sou psicóloga, e acho muito importante este tipo de trabalho desenvolvido pel’O Peixinho”, comentou. Dentre os assuntos abordados por Cíntia, o que mais chamou sua atenção foi a autonomia. “É o que precisamos trabalhar com o Matheus. Por um tempo ele foi filho e neto único, quando chegou o primo, regrediu neste aspecto, depois melhorou, mas agora que estou grávida, deu um passo atrás novamente por medo de ‘perder’ seu lugar. Com certeza, as dicas da psicóloga serão muito úteis para o nosso dia a dia”, afirmou.

Para Ivone Pinto, mãe do Arthur (E.I.3), as colocações foram “bem assertivas”. “A palestra foi excelente porque reforçou algumas atitudes que temos com ele, e fez um alerta para o que precisamos fazer diferente principalmente na questão da autonomia, pois tem muita coisa que já pode fazer sozinho”, observou. Natalia Sanches, mãe do Arthur (E.I.3), também frisou a importância de dar autonomia para a criança: “De fato, muita coisa ele já é capaz de fazer e a gente limita até sem perceber”, atestou. “Adorei ter vindo; foi muito produtivo e me ajudou a ter outra visão a respeito de situações que vivemos em casa”, completou.

Ao final da reunião os pais receberam dois textos para reforçar e complementar o que foi abordado durante a manhã: “O que uma criança deve saber aos 4 anos de idade” e “Filhos: educá-los ou amá-los?” (confira abaixo).

 

 

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