Psicóloga escolar acolhe as partilhas das crianças e faz orientações; atendimento é direcionado ao Ensino Fundamental
A aprendizagem n’O Peixinho vai muito além do conteúdo. O cuidado com a saúde mental e emocional das crianças faz parte da filosofia da escola e reflete em todas as propostas educacionais. Prova disso é o acompanhamento constante de uma psicóloga em todas as turmas. Diante da nova realidade, imposta pela pandemia, houve muitas mudanças, entre elas, a perda da rotina escolar, a separação repentina dos amigos e a interrupção das atividades normais, além do medo do vírus. Muita coisa para uma criança processar. Com o objetivo de oferecer escuta e orientar os alunos nesse momento difícil, O Peixinho criou o Plantão de Atendimento Psicológico.
A psicóloga da escola, Mariana Rodrigues, responsável pelos atendimentos, lembra que sempre houve preocupação por parte d’O Peixinho em oferecer condições que favorecessem um crescimento saudável dos alunos, não somente ao que se refere a aspetos cognitivos e motores, mas também a emocionais, afetivos e sociais. Mas, diante deste cenário atípico, a preocupação cresceu.
Embora cada indivíduo reaja de maneira singular em relação a situações de tensão, esta mudança repentina da rotina, segundo ela, pode gerar aumento de ansiedade, de irritabilidade, insônia ou agitação. “As derivações e prejuízos emocionais de longo prazo ainda são desconhecidos, mas precisamos garantir que os alunos tenham um espaço em que se sintam amparados emocionalmente e acolhidos em suas dificuldades”, explica.
O objetivo é que os alunos procurem o atendimento por iniciativa própria. No entanto, os pais podem (e devem) facilitar o processo, estando atentos aos sentimentos e necessidades de seus filhos, incentivando-os a lidar com suas angústias e medos, buscando ajuda qualificada.
O atendimento, direcionado aos alunos de 1º a 5º Ano do Ensino Fundamental, é divido por turmas de acordo com a série, e tem duração média de 30 minutos. O link para acesso à videochamada fica disponível na plataforma LMS (ambiente virtual da escola). “Não se trata de atendimento terapêutico ou clínico, é um espaço para escuta da criança”, salienta Mariana.
Os plantões são realizados de forma coletiva, com os colegas de sala, porém, nos casos em que o aluno não se sente confortável para apresentar suas dificuldades frente aos demais, a psicóloga oferece escuta individualizada em outro momento, mediante agendamento via WhatsApp (o contato – disque dúvidas da psicóloga – está disponível em avisos já enviados aos pais).
Os encontros foram iniciados na semana passada e já tiveram expressiva demanda. De acordo com Mariana, os alunos têm buscado o atendimento para se expressarem livremente, de forma autêntica. “Eles contam sobre suas rotinas, medos, dificuldades pedagógicas e outros temas que os afetam”, conta. A validação e aceitação dos sentimentos, sem qualquer julgamento, propicia um espaço seguro para as crianças se manifestarem, e quando isso ocorre, a psicóloga consegue ajudá-los a reconhecer suas emoções e a buscar melhores estratégias para lidar com suas problemáticas.
Por se tratar de uma intervenção psicológica pontual e breve, que incentiva o aluno a buscar recursos pessoais que o ajudem a lidar de modo mais funcional com suas emoções em um cenário pandêmico, a iniciativa é direcionada apenas às crianças maiores, do Ensino Fundamental. “É necessário que o aluno tenha desenvolvido alguns processos maturacionais que possibilitem senso crítico em relação a si e ao outro, possibilitando que a interação proposta faça sentido”, justifica a psicóloga.
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