Existem várias formas de exercer a solidariedade, no final, o que vale é fazer a diferença na vida do outro
A pandemia mudou a forma do mundo funcionar, mas não o parou. As pessoas continuam precisando de trabalho para garantir o sustento do lar e, muitos, passaram a contar ainda mais com a solidariedade do próximo para manter a própria sobrevivência. De fato, o isolamento social está deixando graves efeitos na economia, mas assim como o vírus tem se alastrado, também tem se espalhado o trabalho de muitas pessoas com o intuito de fazer o bem ao outro.
A empresa parceira d’O Peixinho na Campanha Caipira Beneficente, a Rem Soft Sistemas, é um exemplo do meio corporativo que buscou alternativas para captar contribuições. Dos sete anos de experiência com desenvolvimento de trabalhos de tecnologia voltados para a área da saúde, especialmente a hospitais – grande parte filantrópicos -, surgiu a ideia de criar uma plataforma tecnológica com o objetivo de ajudar as instituições a impulsionarem seus meios de captar mais doações.
O CEO da empresa, Eduardo Negrão, conta que poucos meses após iniciarem o projeto, o mundo foi acometido pela pandemia e, consequentemente, muitas famílias e entidades foram impactadas negativamente não só na saúde, mas também nas finanças. Então, o projeto ganhou novo impulso e maior motivação para que a Rem Soft ampliasse seu produto e o colocasse à disposição não somente de hospitais, mas de qualquer instituição que tivesse o objetivo de arrecadar doações.
“Nosso objetivo com a plataforma Doação do Bem é tocar o coração das pessoas para doar, e assim, ajudar quem precisa e mudar histórias”, explica Negrão. “Acreditamos que o mundo é movido pela solidariedade, e que se cada um fizer a sua parte, mesmo que de forma muito simples e singela, já poderá fazer muita diferença na vida de outra pessoa”, acrescenta.
Numa realidade de isolamento social, a plataforma chegou para facilitar o processo de doação. Por meio de poucos cliques, quem antes contribuía de alguma forma, agora poderá manter a ajuda ativa, de maneira muito prática. Assim, a instituição continua mantendo seus trabalhos e quem doa continua fazendo o bem.
“Temos o orgulho de ver que utilizando o que fazemos de melhor, a tecnologia, conseguimos realizar grandes feitos, como este em parceria com a Escola O Peixinho, que beneficiará mais de 100 idosos do Asilo São Vicente de Paulo. É muito gratificante. Doar faz bem ao coração”, afirma o CEO.
Mudando vidas
Se de um lado há empresas comprometidas com a necessidade alheia, de outro há profissionais e pessoas “comuns” que reservam boa parte da vida para praticar a solidariedade, como Sonia Couto Gomes. Especialista em Educação Infantil e também graduada em Serviço Social, a coordenadora pedagógica da Educação Infantil d’O Peixinho não sabe precisar quando surgiu o desejo intenso de ajudar o próximo. De uma família simples, que passou por muitos momentos difíceis, desde muito cedo ela e os irmãos aprenderam a receber doações e a valorizar o que tinham. Conforme os anos foram passando o desejo de contribuir com os menos favorecidos foi crescendo no coração dela, tanto que se tornou uma assistente social.
Apaixonada por crianças, ela não quis deixar suas funções na escola, mas começou a acompanhar o grupo de vicentinos (membros de um movimento religioso que se dedica a aliviar o sofrimento dos economicamente desfavorecidos) de sua paróquia. Com o passar do tempo, participando de várias campanhas, Sonia foi ganhando credibilidade diante das pessoas e isso, segundo afirma, facilitou a realização de projetos sociais, como o que ela liderou no Jardim São Jorge, há alguns anos, para construção de casas.
Ela lembra que lá havia famílias sem ter o que comer e nem onde deitar, que ficavam em pé debaixo do sol escaldante, até com bebê no colo. “Com a ajuda da comunidade, de doações de fora e o trabalho de toda a equipe, conseguimos abrigar muitas pessoas. Cada casa que a gente entregava era um sonho realizado”, afirma.
A premissa de que a fé sem obras é morta, é uma motivação para Sonia. “Sou muito grata a Deus por ter me dado esse talento e o desejo de ajudar. Uns gostam de contribuir com dinheiro, outros, com ações. Independentemente da forma, o importante é mudar a vida das pessoas sem ficar expondo o que está fazendo, pois fazer o bem para o outro é o que há de melhor, não tem preço”, afirma.
Aprendizado na escola
Ajudar aqueles que precisam é um assunto muito trabalhado n’O Peixinho. Sempre que possível, a escola insere o tema “solidariedade” em suas atividades cotidianas. No Show de Talentos que é realizado todo ano, por exemplo, as inscrições equivalem a uma caixa de leite; nos dias que antecedem a Páscoa,os alunos são convidados a contribuir com chocolates; às vésperas da Semana da Criança e do Natal, são recebidos brinquedos e para a Festa Caipira, a escola motiva a doação dos brindes que serão usados nas barracas.
Além dessas ações pontuais, O Peixinho se coloca como um ponto permanente de coleta para os pais que tiverem interesse em fazer doações de roupas, calçados, brinquedos etc. A diretora Daniele Zoéga Della Barba explica que tudo que é arrecadado é encaminhado a instituições que atendem pessoas carentes. Segundo afirma, ensinar às crianças a prática da solidadriedade é algo fundamental. “Quando se aprende desde cedo o quão importante é pensar no próximo, isso se torna algo natural, um hábito bom”, acrescenta.
Doações
As contribuições para a Campanha Caipira Beneficente d’O Peixinho podem ser feitas pelo aplicativo Doação do Bem, na opção Asilo São Vicente de Paulo, ou pelo site www.doacaodobem.com.br/asilolondrina
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