Motivação deve acontecer naturalmente, sem pressão; leitura coletiva e representação de histórias favorecem o contato com o mundo letrado
A leitura de um bom livro enriquece a alma. Por meio dela, o leitor explora novos mundos, viaja sem sair do lugar, lê pensamentos de personagens, visita diferentes ambientes e, inevitavelmente, acaba fazendo parte da história. Todos esses privilégios são possíveis porque por trás da obra há o escritor, aquele que articula as palavras com maestria e dá asas à imaginação.
Machado de Assis, Clarisse Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Mario Quintana, Monteiro Lobato, Cecília Meireles, Ana Maria Machado, Ruth Rocha. Esses e tantos outros autores nacionais fizeram e continuam fazendo a diferença na vida de crianças e de adultos, tanto que, em nosso País, o dia 25 de julho é dedicado a eles. Mais do que escritores, eles podem ser referências para aqueles que estão descobrindo o fantástico mundo das palavras.
As crianças vivenciam o processo de construção textual desde muito cedo, primeiramente pelo texto oral, quando desenvolvem a capacidade de interagir por meio das palavras faladas e, depois, com o texto escrito, quando as ideias vão para o papel. Para que esse processo ocorra de maneira natural e com interesse da criança, a leitura precisa ser incentivada desde o início da infância. Afinal, leitura e escrita andam de mãos dadas, se completam.
“Costumamos dizer que a leitura é uma chave que abre muitas portas. Ela tem que ser incentivada, pois quanto antes a criança tiver contato com o mundo letrado, mais fácil será para começar a escrever”, afirma a coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental, Tamires Ferreira. Entre os benefícios do contato com os livros estão o estímulo à criatividade, aquisição de cultura, estímulo à imaginação, desenvolvimento cognitivo e intelectual, e melhora da escrita.
“Quando uma pessoa lê, automaticamente um mundo de imaginação é ativado, são aprendidas novas palavras, fixadas as grafias e há compreensão maior de como elas podem ser usadas em um determinado contexto”, explica a coordenadora.
Unindo todos os benefícios da leitura, quando a criança vai escrever, ela tem subsídios para poder criar a sua história, geralmente, buscando na memória algo semelhante que leu anteriormente. Segundo Tamires, especialmente no Ensino Fundamental I, é possível observar situações parecidas com as que são lidas nos livros de literatura infantil em muitas histórias escritas pelos alunos.
Propostas da escola
Com o objetivo de motivar as crianças para a leitura e, consequentemente, para a escrita, O Peixinho conduz projetos diferenciados durante todo o ano. As professoras fazem a leitura de histórias ou capítulos de livros com os alunos, podendo ser eles mesmos os leitores. A partir do 2º Ano, semanalmente há atividades com as produções textuais que incluem situações variadas e gêneros diversos.
Outra proposta que sempre cativou as crianças é a Hora do Conto. Antes da pandemia, uma vez por semana as crianças tinham de momento especial no qual a bibliotecária contava uma história de forma lúdica, envolvendo os alunos e incentivando-os a adentrar no mundo da imaginação. Para dar continuidade ao projeto em tempos de isolamento social, todo sábado a escola disponibiliza uma nova história em seu canal do YouTube (confira aqui).
Estímulo da família
Mesmo a distância, O Peixinho motiva os alunos para a escrita, porém, neste momento inusitado de pandemia e aulas remotas, a colaboração das famílias tornou-se ainda mais importante. “Diante deste novo contexto, é imprescindível a leitura em família como meio de promover a interação entre pais e filhos. Os responsáveis devem aproveitar este momento para estabelecer a relação com a criança, fazendo leitura coletiva, pedindo que a ela relate ou escreva o que leu, ou ainda que faça uma representação da história lida”, sugere a coordenadora pedagógica.
Ela orienta os pais a acompanharem a leitura e a escrita “da forma mais tranquila possível”. Podem estimular a criança a criar um diário ou uma história em quadrinhos sobre algo que ela goste, que esteja vivendo, ou momentos marcantes que a família já teve (antes ou durante a pandemia). Outra opção, bem divertida, é fazer uma dramatização de uma história lida ou inventada com materiais disponíveis em casa.
“Importante salientar que tudo deve ser feito sem o peso de obrigação ou castigo. A leitura e a escrita devem ser feitas com prazer. Os pais precisam investigar com seus filhos quais tipos de livros gostam, como gibis, drama, contos de fada, entre outros, e assim saberão qual escrita eles desenvolverão com maior facilidade”, complementa. Valorizar as produções e ajudar a criança a progredir com espontaneidade e alegria são atitudes que não podem faltar.
Títulos gratuitos
Como o acesso a livros ficou mais restrito em virtude da pandemia, O Peixinho fez uma seleção de sites e aplicativos que disponibilizam títulos em PDF, gratuitamente, e que podem auxiliar neste momento. Clique nos links abaixo e confira:
- Domínio Público.gov
- Espaço De Leitura – Laboratório de Educação
- Eu Leio para uma Criança
- Fundação Educar
- Conteúdo Aberto FTD Educação
- A FDT disponibiliza contações de histórias gratuitas, basta fazer um cadastro rápido para ter acesso.
APPs:
- Meu livro de historinhas
- As minhas histórias
- Biblioteca Pública Digital
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