Psicólogo e policial apresentaram exemplos reais e tiraram dúvidas das crianças sobre entorpecentes durante encontro online
Se a droga faz tão mal, por que as pessoas vendem e usam? É verdade que em alguns países elas são permitidas? As pessoas usam entorpecentes para se livrarem de seus problemas? Essas foram algumas das perguntas feitas pelos alunos do 5º Ano aos especialistas das áreas de segurança pública e saúde que participaram da mesa-redonda online promovida pela escola na manhã do último sábado (21). O debate coroou o encerramento do Projeto de Prevenção às Drogas, conduzido nos meses de outubro e novembro.
Com base em sua experiência profissional de quase 30 anos, o psicólogo José Carlos da Silva Camargo, que trabalha com tratamento para dependentes químicos, explicou para as crianças os prejuízos que os entorpecentes causam no organismo e partilhou exemplos de pessoas que perderam tudo por causa das drogas. Ele expôs algumas situações vivenciadas em clínicas de recuperação, falou sobre os sintomas de abstinência, sobre a falta de suporte social para acolher e tratar o dependente e também relatou o sofrimento dos familiares.
Já a policial rodoviária federal Franciele Ursi, que ministra palestras sobre o tema, esclareceu como funciona a legislação, explicou como é feito o trabalho de combate às drogas pela PRF e citou alguns exemplos de acidentes de trânsito causados por pessoas drogadas/alcoolizadas. As crianças aproveitaram a oportunidade para questionar como tem sido conduzida a fiscalização em tempos de pandemia, se houve alguma mudança e se isso facilitou o transporte de drogas.
A psicóloga escolar Mariana Rodrigues, responsável pela condução do projeto e pela mediação do encontro remoto, conta que foi um momento enriquecedor de troca, no qual os profissionais puderam relatar cenas cotidianas dentro de seus contextos e os alunos, por sua vez, tiraram dúvidas e partilharam situações vistas nos de meios de comunicação, além de experiências de pessoas próximas.
Prevenção
O Projeto de Prevenção às Drogas é realizado n’O Peixinho desde 2011. Neste ano, mesmo com a pandemia, a psicóloga escolar promoveu os encontros com os alunos. Inicialmente foram levantadas todas as percepções e conhecimento das crianças em relação ao tema para, posteriormente, abordar conteúdos mais específicos como conceito e diferença entre drogas e drogas psicotrópicas, os tipos de entorpecentes mais comuns e seus efeitos no organismo, bem como as consequências do uso e abuso.
Durante os encontros também foram apresentados casos reais, inclusive de famosos que se envolveram com entorpecentes, as influências da pressão pessoal e do grupo, maneiras de dizer “não” às drogas e práticas saudáveis que dão a sensação de bem-estar.
De acordo com a psicóloga d’O Peixinho, o estabelecimento de diálogos sobre o assunto e a disseminação de informações adequadas ao contexto escolar colaboram para a prevenção ao uso de entorpecentes e, ao mesmo tempo, tornam os alunos corresponsáveis no combate às drogas.
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