Pais dos alunos de 5º Ano, que encerram o ciclo do Fundamental I n’O Peixinho, receberam dicas de como auxiliar os filhos neste período de tantas novidades e desafios
Um processo de transição, naturalmente, mexe com as emoções. Quando o assunto é mudança de escola, é até “esperado” que venham à tona alguns sentimentos, não apenas nas crianças, mas também nos pais, que ficam ansiosos com a escolha do novo colégio, com a reação dos filhos e com tudo que está por vir. Para tranquilizar e preparar as famílias dos alunos do 5º Ano, que deixarão O Peixinho em 2021, a diretora educacional Daniele Zoéga Della Barba e a equipe pedagógica promoveram uma live na noite da última quinta-feira (5).
No início do encontro, os pais foram convidados a fazer uma reflexão observando a imagem de um peixe pulando de um pequeno aquário (no qual vivia com outros poucos peixinhos iguais a ele) para o mar, onde encontra uma grande variedade de peixes de diferentes tamanhos e espécies. “Como nesta imagem, o peixinho de vocês vai ganhar o mar. O que fazer?”, questionou Daniele. “Realmente, estamos em um ano carregado de emoções, mas estamos preparando nossos alunos para que se sintam seguros diante do novo desafio. Se a escola e a família trabalharem juntas, as crianças serão conduzidas da melhor forma possível”, frisou.
Para auxiliar os pais nesta missão, foram elencadas algumas características gerais próprias da faixa etária dos alunos (entre 9 e 10 anos). Nesta fase, eles têm grande potencial cognitivo e argumentativo, frequentes tentativas de burlar as regras, são altamente críticos, têm dificuldade para assumir os próprios erros e para compreender os pontos de vista do outro.
Diante do cenário de pandemia de coronavírus, as crianças dessa idade passaram a ter de lidar com sentimentos novos e atitudes diferenciadas para enfrentar suas frustações. Elas precisaram (e precisam) exercitar funções adaptativas, e muitas estão lidando com ansiedade e fragilidade emocional, que está diretamente ligada à insegurança, medo, desinteresse e estresse.
Para ajudar as crianças no enfrentamento da situação atual, é importante ensiná-las a desenvolver e a exercitar o autocontrole, a empatia, a assertividade, o autoconhecimento, a expressão emocional e a resiliência, conforme explicou a diretora Daniele, que também é psicóloga.
Mas, como a família pode colaborar? Acolhendo e validando as expressões de sentimentos da criança; criando espaços de diálogo; evitando pressões excessivas e planejando uma rotina em conjunto com os membros da casa para estudos, atividades domésticas e momentos de diversão, por exemplo. É necessário ter um olhar positivo sobre a aprendizagem da criança e valorizar cada progresso, assim como dar modelo de enfrentamento às problemáticas cotidianas. Aos pais cabe também estabelecer combinados em relação ao tempo de acesso aos eletrônicos e incentivar a brincadeira e o brincar, sem se preocupar com a bagunça.
“É fundamental separar um tempo para brincar longe dos eletrônicos porque eles já estão sendo usados em excesso. Uma dica é deixar a criança escolher uma brincadeira ou jogo para a família participar”, comentou Daniele, complementando que a criança precisa de tempo livre para brincar do que quiser.
O papel da escola
Neste momento, é tarefa da escola inserir os alunos em um contexto mais exigente a fim de que eles estejam preparados para enfrentar os desafios futuros. Também é sua promover condições para o desenvolvimento integral das crianças, considerando os âmbitos intelectual, emocional, físico, social e cultural. Além disso, é indispensável que a escola ofereça apoio emocional.
Para tanto, os alunos do 5º Ano contam com acompanhamento periódico da psicóloga escolar Mariana Rodrigues nas atividades cotidianas e na condução de propostas extras que visam o desenvolvimento emocional e de habilidades sociais, como o Projeto de Prevenção ao Bullying, Projeto Ansiedade, Projeto de Prevenção às Drogas e Projeto de Reprodução Humana.
Desempenho escolar
Quando o assunto é o desenvolvimento escolar, há algumas atitudes da família que podem beneficiar a criança: os pais devem fixar uma tabela de horários das aulas e atividades em um lugar visível; estabelecer um horário para a realização das tarefas e de descanso; ter a agenda escolar como referência para organização (verificando sempre as anotações da criança). É importante conferir diariamente se ela possui todos os materiais necessários para a participação nas aulas e, no caso das aulas remotas, organizar o ambiente e os recursos que serão utilizados antes da aula, além de orientar o filho para comer e ir ao banheiro apenas nos intervalos. “Os pais precisam acompanhar a correção dos materiais e atividades verificando sempre se a criança tem corrigido as flechas apontadas pelas professoras”, complementa a diretora. À família cabe, também, incentivar o hábito da leitura.
Colégio de 6º Ano
Ao final da reunião foram apresentados alguns critérios para escolha do próximo colégio, com depoimentos de mães que já têm filhos mais velhos em outras escolas. Daniele complementou o bate-papo das famílias orientando-as a considerar alguns critérios, como a proposta pedagógica, a programação extracurricular, o modelo de aulas remotas, os protocolos de biossegurança e a facilidade de acesso. “Lembrem-se que essa escola deve ser sempre dos pais, e não da criança”, frisou.
Add Comment