É fundamental reconhecer os principais sintomas, aprender a agir diante de uma crise e a buscar ajuda profissional adequada
Quando falamos sobre ansiedade, é comum pensarmos em uma emoção negativa que causa desconfortos para a mente e para o corpo. Mas, na verdade, ela é importante, indispensável para a nossa sobrevivência, é um mecanismo de defesa inato que alerta o cérebro e nos faz agir diante de situações desafiadoras de estresse e incerteza. Porém, quando os sintomas ocorrem de forma desproporcional, desordenada, e chegam a comprometer a saúde emocional, a ansiedade pode ser considerada patológica. E isso ocorre, inclusive, com as crianças.
Entender o que é a ansiedade e a maneira que ela se manifesta é o primeiro passo para identificar se a criança está ansiosa. Uma dica importante para perceber se ela está com transtorno de ansiedade é observar o seu comportamento e analisar aquilo que pode ser considerado fora do habitual. Quando o “funcionamento” da criança é alterado e ela passa a evitar atividades cotidianas como ir à escola, fazer um passeio ou brincar com os amigos, os pais devem acender a luz de alerta, afinal, além do sofrimento, a ansiedade pode afetar o desenvolvimento acadêmico, social e emocional.
Além da parte comportamental, a criança ansiosa pode apresentar sintomas característicos do transtorno que indicam que algo não vai bem, como agitação, dor de cabeça, taquicardia, insônia, tremor, dor no estômago, enjoo e vômito, sudorese, dor de barriga, falta de ar, dificuldade para engolir e apetite alterado. Vale lembrar que a maneira como a ansiedade se manifesta pode variar, pois cada criança é única e algumas podem ter dificuldade para expressar suas emoções. Portanto, é necessário ter atenção aos sinais verbais e não verbais.
Como agir?
Diante de uma crise de ansiedade, a família deve ajudar a criança demonstrando que ela é amada. Para que se sinta acolhida, o adulto precisa ser empático, respirar junto com ela, olhar nos olhos, oferecer um abraço. Tendo em vista que a previsibilidade é uma forma eficaz de contribuir para um maior controle dos sentimentos, os pais podem criar uma rotina junto com o filho, se possível, incluindo momentos de dever e de lazer. A tabela com as anotações deve ficar à vista da criança.
Também é necessário buscar ajuda especializada para o diagnóstico e tratamento corretos tendo em vista que os transtornos de ansiedade na infância podem ser tratados de forma não medicamentosa (com acompanhamento psicológico) e com medicamentos (mediante acompanhamento de um psiquiatra). É importante passar por um pediatra para descartar qualquer causa física.
Projeto de Combate à Ansiedade
O cuidado com o desenvolvimento socioemocional dos alunos é um grande diferencial d’O Peixinho. A escola conta com duas psicólogas para acompanhar o dia a dia das crianças e aplicar projetos relacionados à educação emocional, tanto no Infantil – com o material do Laboratório de Inteligências Múltiplas (LIM) -, como no Fundamental – por meio dos Cadernos das Emoções -. Durante todo o ano letivo, a escola se dedica a observar e a atender as crianças muito além dos quesitos curriculares. A atenção às necessidades emocionais é constante com todas as faixas etárias, mas é intensificada com os alunos de 4º Ano e especialmente de 5º Ano por estarem em processo de preparação para deixar O Peixinho e seguir para outro colégio após a conclusão do Fundamental I.
Nos encontros do Projeto de Combate à Ansiedade, realizados semanalmente a partir do segundo semestre, as crianças aprendem a reconhecer e a lidar com as emoções, mais especificamente com a ansiedade. Por meio da leitura de livros, desenhos, meditações, produções de texto, dinâmicas e rodas de conversa conduzidas pela psicóloga escolar Larissa Lopes, as crianças aprendem de onde vêm os sentimentos e como lidar com eles.
“Se para os adultos é difícil identificar e manejar a ansiedade, imagine para as crianças. É muito importante que elas tenham contato com essas informações desde cedo para que adquiram recursos para lidar com possíveis momentos que venham a acontecer no futuro”, afirma a psicóloga Larissa.
Confira abaixo alguns desenhos feitos pelos alunos do 5º Ano durante o projeto representando situações que lhes causavam ansiedade.
Dicas de leitura d’O Peixinho
=> O menino que tinha medo de errar (Andrea Viviana Taubman)
=> Ansiedade: como enfrentar o mal do século (Augusto Cury)
=> Ansiedade: como enfrentar o mal do século para filhos e alunos (Augusto Cury)
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