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Combatendo o bullying com informação

Combatendo o bullying com informação

Projeto instrui os alunos e ensina práticas de desencorajamento de atitudes agressivas; encontros são realizados semanalmente durante dois meses

Quem não tem uma história para contar de si próprio ou de algum conhecido que passou por situação de bullying? Embora não seja novidade, o assunto tem adquirido evidência cada vez maior a cada ano, pois hoje já se entende os impactos negativos que este tipo de agressão (que pode ser verbal, psicológica ou física) causa na vida das pessoas a curto, médio e longo prazo. Com o objetivo de combater este mal e informar seus alunos sobre as situações que o caracterizam, desde 2011 O Peixinho desenvolve o “Projeto de Prevenção ao Bullying” com os alunos do 5º Ano nos últimos dois meses letivos do primeiro semestre.

Embora este fenômeno sempre tenha existido, foi somente no final da década de 1970 que passou a ser conhecido e, paulatinamente, tratado com a devida importância. As primeiras pesquisas sobre o assunto foram iniciadas com o intuito de identificar as causas de problemas relacionados ao contexto escolar, como aumento do índice de evasão, baixo rendimento, desinteresse, resistência para ir à escola e, em casos extremos, suicídio.

Com o advento dos meios eletrônicos e notícias relacionadas ao bullying, o tema ganhou popularidade, mas ainda assim, nem sempre é fácil reconhecê-lo. Em geral, só se percebe que é mais do que uma simples brincadeira quando a situação atinge um desfecho trágico. “Munir-se de informação é a maneira mais eficaz de combater este mal, e é pensando nisso que O Peixinho trabalha o assunto de forma intensa com as crianças em encontros semanais de 50 minutos durante dois meses”, explica a psicóloga escolar Laís Rocha, responsável por conduzir a proposta.

Na primeira aula, os alunos aprenderam sobre as situações que caracterizam o fenômeno por meio de um vídeo que mostrou a história de um menino que sofria bullying. Após discutirem sobre as situações apresentadas na narrativa, as crianças fizeram uma atividade prática pintando um semáforo: a cor verde se referia a atitudes que não caracterizam bullying; a amarela estava relacionada a situações que chateiam o amigo e a cor vermelha a comportamentos que ferem o outro.

Bater, xingar, fazer sofrer, ameaçar, empurrar, quebrar pertences, chantagear, excluir, humilhar, fazer fofoca e espalhar boatos depreciativos são comportamentos que podem ter relação com o bullying (termo oriundo o inglês, designa um conjunto de comportamentos agressivos).

Para melhor fixarem o conteúdo, em um dos encontros os alunos foram divididos em grupos e receberam a missão de fazer encenações com situações de bullying. Desta forma, entenderam na prática que há três papéis exercidos neste contexto: agressor, vítima e espectador. “Aproveitei para esclarecer que as agressões só são caracterizadas como tal quando são intencionais, repetitivas, com desnível de poder e sem motivo aparente”, explicou Laís.

Por meio da história “Pinote, o fracote e Janjão, o fortão”, a psicóloga ensinou que estratégias de inteligência são mais eficazes para vencer o agressor do que a força física. Como táticas de prevenção a todas as formas de bullying, falou sobre a importância do autoconhecimento, da autoestima e de habilidades sociais para se enturmar e se fortalecer nos grupos de amigos. Tendo em vista os inúmeros casos de violência virtual, o projeto também abordou o cyberbullying.

Dinâmicas e momentos de discussão acerca do tema foram proporcionados a fim de que os alunos pudessem identificar situações vividas com os colegas na escola e verbalizassem para poder resolver possíveis conflitos e também de valorizar as qualidades do outro.
“É fundamental munir as crianças de informação para que elas saibam utilizar as ferramentas necessárias quando ocorrer uma situação de bullying”, observou a psicóloga.

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