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‘Que futuro você deseja para seu filho?’

‘Que futuro você deseja para seu filho?’

Psicóloga falou sobre a necessidade dos pais serem bons ouvintes das crianças e de reservarem tempo de qualidade para a convivência com elas

Ainda que o dia tivesse 48 horas, ele não seria suficiente para darmos conta das inúmeras atribuições que temos na agenda. São tantos os compromissos (além das várias horas dispensadas para as redes sociais) que acabamos sendo engolidos pelo tempo… que voa. No mesmo compasso, os filhos crescem e, num piscar de olhos, deixam de ser crianças. Visando alertar os pais para a necessidade de estar com as crianças com tempo de qualidade, no mês passado, a psicóloga clínica e escolar Kellen Escaraboto Fernandes conduziu uma palestra n’O Peixinho para os pais dos alunos do Nível Inicial, da Educação Infantil 1 e 2.

De acordo com ela, é preciso ter um olhar muito cuidadoso para a realidade atual, pois transtornos que chegariam às clínicas em jovens com 18/19 anos estão acontecendo com crianças de 8/9 anos. “Muitas vezes, o videogame passa a ser o que antes era o nosso quintal”, comparou. A psicóloga, que soma 20 anos de experiência profissional, frisou para as famílias o papel fundamental que elas têm na educação: “Quando olhamos para a carteira de identidade do nosso filho, é o nosso sobrenome que está lá e não o da escola ou o da babá”.

Citando os resultados do Google Trends 2018 – ferramenta da Google que mostra os termos mais buscados no site em um determinado período -, Kellen mostrou que no ano passado, sobressaíram as pesquisas por notícias boas. “As pessoas estão ansiando por coisas positivas e também por serem melhores”, avaliou. (Confira o vídeo aqui) Fazendo uma ligação com as tendências globais reveladas pelo Google Trends, a especialista falou sobre a necessidade de tornar o ambiente em que se vive num espaço agradável, positivo e de interação.

Pesquisa realizada em 2005 com base na análise dos papéis parentais em crianças com transtornos de conduta e comportamento revelou que elas estavam inseridas em famílias com pouca interação que consideravam o papel de pai e mãe como estressante. “Não podemos ignorar o estresse da rotina, mas temos que ter consciência de que nossos filhos são ‘coisas’ boas na vida; nos estressamos com trabalho e demais compromissos e os filhos não são a causa do nosso cansaço extremo”, comentou. Ainda como incentivo à reflexão, indagou: “Que presente estamos vivendo com os nossos filhos?”.

Por meio de um exercício prático, que consistiu em uma análise individual das atividades realizadas no dia de anteontem e de ontem, os pais puderam visualizar no papel quanto do seu tempo foi reservado para ouvir os filhos. “É fundamental ter tempo com eles, com quantidade e qualidade. Precisamos construir o diálogo na infância porque se nós não paramos para ouvi-los hoje, não pararemos no futuro”, reforçou.

Outro aspecto citado pela psicóloga foi o elogio: “Muitas vezes, educamos nossos filhos salientando só as partes que precisam de correção e não elogiamos, mas é preciso mostrar o que é bom e descrever o motivo do elogio. É necessário verbalizar para as crianças o que sentimos por elas, o que fazem de bom e  o que são de bom para nós”, ensinou.

Brincadeiras

 “Quanto tempo seus filhos têm dedicado para brincar? Criança não tem que brincar só na escola; e nesta idade precisam de companhia para isso”, salientou a psicóloga, explicando que são inúmeros os benefícios das brincadeiras para o desenvolvimento integral da criança. Na oportunidade, mostrou aos pais um pequeno texto que uma mãe escreveu aos filhos ensinando que a Momo tem medo de criança que brinca, que curte a infância (veja abaixo).

Feedback dos pais

Graciela Martins Ayres e Maurício Bárbara da Silva, pais do Rafael (E.I. 2) consideraram muito importantes as observações da profissional, principalmente no quesito “tempo”. “Fazendo uma relação da rotina, podemos perceber que não temos tempo, mas é preciso ter uma organização para reservar um momento com atenção total para ele; 15 minutinhos aqui, outros 15 ali fazem muita diferença”, comentaram.

Segundo Ana Carla Gagioni, mãe da Larissa (Nível Inicial), as orientações foram “muito bem-vindas”. “Foram dicas práticas que, com certeza, ajudarão no dia a dia”, considerou. Dentre os assuntos abordados, ela frisou a importância de ser um bom ouvinte: “Hoje em dia a gente quase não ouve mais o outro e precisamos resgatar isso”.

Para Robson Sakai, pai do Leonardo (E.I. 1) – e também da Luana (Pré 1) -, as reuniões propostas pela escola são “sempre positivas”. “Nada melhor que uma psicóloga para nos direcionar e abrir nossos olhos para o tempo que acabamos desperdiçando com outras coisas em vez de estarmos integralmente com nossos filhos”, ponderou. “Buscamos orientação da escola para fazer o melhor por eles, pois temos consciência de que não chegarão aos 18 anos prontos se a gente não educar e construir a educação desde já”, acrescentou.

Ao final da palestra os pais receberam o texto complementar “O impacto da sociedade sobre o comportamento dos filhos: como educar filhos emocionalmente saudáveis” (disponível abaixo).

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