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Como ensino meu filho a estudar?

Como ensino meu filho a estudar?

Psicóloga apresentou estratégias para pais de alunos de 3º e 4º anos; dicas ajudam a aumentar a produtividade da criança

Muito além da quantidade do estudo está a qualidade do tempo dispensado para estudar. Focar na eficiência é o detalhe que faz toda a diferença nesse processo de aprendizagem. Mas, por onde começar? Qual é a melhor maneira de estudar e reter o conteúdo?  Para auxiliar os pais dos alunos de 3º e 4º anos na missão de dar continuidade ao trabalho que a escola desenvolve com seus filhos e, consequentemente, otimizar o aprendizado das crianças, na última quarta-feira (25), a psicóloga doutora Cynthia Borges de Moura conduziu uma palestra online com o tema “Ensine a estudar”.

Tendo em vista a evolução neurológica e também de competências socioemocionais que ocorre nas crianças das faixas etárias de 8 e 9 anos, o momento de investir na prática diária de estudo é agora. De acordo com a palestrante, durante o ato de estudar a criança exercita diferentes funções psicológicas que tornam as estruturas cognitivas cada vez mais flexíveis, amplas e integradas, tornando-a capaz de estabelecer novas relações e conceitos.  No entanto, ela observa que, para o estudo ser produtivo, é necessário organizar os recursos que podem ser empregados. E é nesse contexto que entram as estratégias de aprendizagem, que têm o propósito de facilitar a aquisição, o armazenamento e/ou a utilização da informação.

Durante o encontro online, Cynthia apresentou 10 estratégias que ajudam a aumentar a produtividade e o aproveitamento do tempo. Confira:

  • Grifar palavras importantes do texto para se criar um prompt visual. Não grifar frases inteiras, mas sim palavras-chave. (Utilidade baixa)
  • A releitura ajuda a melhorar a entrada e retenção de informações. De forma silenciosa funciona melhor para quem aprende mais pelo canal visual; em voz alta para quem aprende mais pelo canal auditivo. Estimule a criança a ler de novo, pois uma segunda leitura ajuda a reter mais informação. (Utilidade baixa)
  • Mnemônicos auxiliam no processo de memorização por serem constituídos a partir de esquemas, gráficos, símbolos, palavras ou frases relacionadas com o assunto a ser lembrado. Ajudam a criar um prompt visual/auditivo. (Utilidade baixa)
  • A leitura em voz alta do material a ser aprendido é importante porque utiliza os dois canais sensoriais: visão e audição. Essa estratégia auxilia, inclusive, na fluência, pois tem criança que diz não gostar de ler porque enrosca nas palavras. (Utilidade moderada)
  • Incentive a criança a solicitar uma nova explicação sempre que não compreender bem o que foi ensinado. (Utilidade moderada)
  • A interrogação elaborativa (criar e responder perguntas) estimula o aprendiz a reproduzir o conteúdo oralmente e também por meio da escrita. Assim, interage mais com o material e melhora a produtividade porque atua na memória de longo prazo. Sempre dar preferência para as crianças responderem por escrito, mas pode alternar entre fala e escrita. (Utilidade moderada)
  • O estudo intercalado (consiste em alternar as disciplinas) é indicado para crianças que têm dificuldade em manter a atenção ou mesmo preguiça. O adulto deve olhar todo o material a ser estudado e determinar até que ponto será visto de cada parte. (Utilidade moderada)

Crianças de 3º e 4º anos conseguem ficar atentas por 20 minutos, em média. Portanto, a orientação é que sejam feitos 20 minutos de atividade com intervalo de cinco minutos e depois sejam retomados os estudos.

– Outra possibilidade é medir o tempo de concentração da criança e, caso seja menor que 20 minutos, organizar o estudo para 10 minutos, com intervalos de dois ou três minutos. A orientação é ir aumentando o tempo aos poucos.

  •  Na repetição ativa pela escrita é definido o conteúdo que a criança teve mais dificuldade e, a partir disso, são planejados exercícios com algum tipo de repetição para que ela pratique a expressão da informação. Os pais devem cuidar para não dificultar o conteúdo e, assim, causar desestímulo. (Utilidade moderada)
  • Testes práticos com conferência de resultados, como os simulados, por exemplo, são muito válidos para o Ensino Médio, mas também podem ser utilizados com alunos mais novos de maneira mais simplificada, sem tom de cobrança, para rever o conteúdo e observar os erros, afinal, os erros também promovem aprendizagem. (Utilidade alta)
  • A prática distribuída consiste no planejamento apropriado do tempo e do desempenho. Quando a criança começa a estudar para a prova, por exemplo, com o planejamento no papel ela consegue visualizá-lo e se organiza com mais facilidade. É possível estabelecer metas a partir do desempenho da criança, lembrando que objetivos muito altos as desmotivam.

Além dessas estratégias, Cynthia sugeriu que os pais façam uma tabela com a rotina do filho e que ela seja afixada em um local de fácil acesso para que a criança possa monitorar suas atividades. Outra dica da psicóloga para os pais é o “sempre um pouco mais”: “Se a criança desanimou, empurra um pouco, faz mais um exercício, lê mais um parágrafo, então, pode parar e fazer o intervalo. Mas é necessário lembrar que precisa ser bem feito, senão, terá de fazer de novo”.

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